Instinto Assassino
grazi e mari
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Enquanto decidia para onde ir, fiquei imaginando o que Seth e Jane conversavam, com certeza a minha visita traria problemas para ele.
Decidi ir para casa, pois apesar de ter que encontrar Peter, tinha que pensar na minha sobrevivência, ficar andando sozinha com lobos enfurecidos a solta não era uma idéia inteligente, em tempos de guerra temos que pensar racionalmente.
Chegando em casa, para a minha surpresa, ao olhar para a fachada de casa, Vlad Tepes II estava em pé olhando para mim e sorrindo, quando me aproximei disse:
- Como vai Sr. Tepes?
- Muito bem, obrigado. E você Genevieve?
- Estou bem, espero que o senhor tenha feito boa viagem.
- Depois de tantos anos, creio que não há mais razão para formalidades. E não pude deixar de notar que está mais bela que nunca.
E ao dizer isso ele beijou minha mão.
- Onde está Peter?- Eu perguntei cortando-o.
- Receio que você não ficará satisfeita com a resposta, mas brevemente você terá uma surpresa.
- Que tipo de surpresa? – perguntei, intrigada.
Vlad hesitou por um instante, e respondeu:
- O rei esteve aqui ontem de manhã, enquanto você estava... estava no túmulo do seu pai.
- O que?!
- É.
- E você já estava aqui?
- Sim. – ele respondeu, sério.
- E onde está o rei? – eu perguntei já sabendo a resposta.
- Eu o matei, e o joguei do penhasco, assim pensarão que foi um acidente.- ele falou me analisando.
- E a princesa?
Quando perguntei, Peter apareceu com ela, segurando em seu braço e sorrindo. Ela estava diferente, sua pele estava mais clara que de costume, suas presas levemente afiada e não podia mais ouvir as batidas de seu coração.
- Qual a razão disso Peter?
Ele sorriu e disse:
- Estava me sentindo muito solitário e não poderia querer menos que uma princesa, você não acha Gen?
Eu apenas a olhei. Ela usava um vestido rosa e seus cabelos estavam presos em um coque, sua expressão estava calma, mas ainda assim podia ver que estava sedenta.
- Bem, eu acabei de alimentá-la, vamos entrar querida? – disse Peter levando-a para dentro.
- Você vem Gen? – Vlad perguntou.
- Claro. – eu disse sem olhá-lo.
Entrando na sala de estar, Peter sentou-se na poltrona que costumava ser de meu pai e a princesa Jodie sentou-se ao seu lado, encostando a cabeça no ombro de meu irmão, desolada, enquanto ele acariciava seu rosto, consolando-a. Como alguém podia ser tão hipócrita? Pensei comigo mesma. Lançando a Peter um olhar de desprezo, me dirigi a biblioteca, com Vlad em meu encalço. Sentei-me em uma poltrona e ele sentou ao meu lado.
- Creio que com o meu humor, não serei uma companhia agradável hoje. – falei sem olhá-lo.
- É impossível, só ficar ao seu lado torna este o momento agradável de todos.
- Sinto dizer, Vlad, mas não estou com paciência para galanteios.
- Gen,– ele disse me olhando – desde que te vi, não paro de pensar em você um segundo se quer. Se você me desse uma chance, garanto que poderia te fazer muito feliz, sem dúvida alguma.
- Fico realmente tentada com a proposta. Principalmente vinda com tanta modéstia. – respondi, sarcástica.
- Sinceramente, não entendo porque você age dessa forma. Fique sabendo que é a única. Talvez por isso eu goste tanto de você.
- Lamento decepcioná-lo, mas pretendo continuar sendo única nesse aspecto. – Falei sem emoção.
- Você está sendo injusta, pelo menos estou te dando opções. Veja o exemplo da pobre princesa, a sua única opção é casar-se com Peter.
- Pobre princesa? Ela vai casar com Peter depois de ele ter matado o pai dela!
- Mais ela não sabe disso. Peter disse a ela que fomos atacados por ladrões, que mataram o rei e depois o empurraram do penhasco. Ela não desconfia de nada, pois antes de atacarmos, Peter golpeou sua cabeça para que ficasse inconsciente, e depois falou a ela que foram os ladrões que a acertaram e que o único jeito de salvá-la era transformando-a. Falou também que fez o possível, mas não conseguiu salvar o pai dela. Agora a coitada acha que Peter é seu herói, e que o mínimo que pode fazer para agradecer é casar com ele. – Vlad completou, mal contendo o riso.
- Peter é, sem dúvida alguma, doente. Com tantas vampiras nesse mundo, ele tinha que escolher uma humana desprezível.
- Você está se esquecendo de um detalhe, Gen. Peter é ambicioso, casando-se com a princesa Jodie, ele se torna rei, pois o antigo não tinha irmãos nem filhos homens.
Realmente, pensei, havia deixado passar esse detalhe.
- Um vampiro rei... – sussurrei.
- O primeiro em toda a história de nossa espécie, creio eu. Nem meu pai, conde Drácula, alcançou tal feito. Você será da realeza, Gen. – falou Vlad, dessa vez rindo abertamente.
- O momento não é para piadas, Vlad. Precisamos detê-lo, se ele for rei, tudo virará um caos.
Nesse momento pensei no que aconteceria com Seth se Peter tomasse poder, então decidi que teria que agir rápido.
- Por um lado, seria bom se Peter virasse rei, porque assim resolveríamos o problema dos Licantropos.
Então olhei para Vlad, séria.
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