Instinto Assassino
grazi e mari
E-mail: grazinha
Eu me aproximei de seu ouvido e sussurrei:
- Nunca mais se aproxime de mim. – me afastei dele, montei no cavalo e fui para casa.
Chegando lá, estranhei ao perceber que não havia ninguém. A essa hora meu pai ainda devia estar em casa. Fui para a sala, e sentei-me na poltrona de meu pai. Nessa hora, a criada apareceu na porta, dizendo:
-Senhorita, acabou de chegar uma correspondência. Seu pai saiu há algum tempo e não pude entregá-la a ele.- E estendeu-me um envelope pardo. Peguei-o e a criada se retirou.
A caligrafia do envelope era vagamente familiar, elegante e rebuscada. Virei-o e entendi porque havia reconhecido a letra, o envelope estava lacrado com o brasão da família mais conhecida entre a nossa espécie, o brasão da família Tepes. Abri-o e desenrolei o pergaminho que havia dentro, e nele estava escrito:
“Caro amigo Demetri,
Há muito tempo não nos falamos, espero que você e os seus filhos estejam bem. Recebi sua última carta a respeito dos Licantropos. Algum tempo atrás nos livramos de alguns aqui, mais pela suas informações eles estão em maior quantidade em sua região, receio que você precise de reforços.
Meu filho, Vlad II, ficou interessado por essas novidades e está pensando em ir aí, se não houver nenhum problema. Acredito que ele vá se dar muito bem com Peter, os dois, pelo que você me contou, são muito parecidos. E... Não devo negar que ele ainda se lembra muito de Gen, desde a última vez que vocês vieram aqui. A união de nossas famílias seria muito oportuna em tempos de guerra. Sei que sua filha tem uma visão muito particular sobre casamentos, mas não deixe de comentar com ela sobre essa possibilidade.
Bom, para concluir, creio que devemos resolver este problema o quanto antes, pois esses animais são bem perigosos, e você sabe disso melhor do que eu.
Aguardo pela sua resposta e faço votos para que tudo esteja correndo bem por aí.
Atenciosamente,
Vlad Tepes
Coloquei a carta em cima da mesa, em um lugar que meu pai encontraria com facilidade e fiquei pensando sobre o que havia lido. Tinha certeza que meu pai contaria a Vlad Tepes, ainda mais por se tratar dos Licantropos, além disso, ele era o melhor amigo de meu pai.
Mas, sugerir que eu me casasse com alguém era inaceitável, principalmente alguém que eu nem conhecia direito. Eu me lembrava muito bem dele, seu rosto era algo que não se podia esquecer rapidamente. Ele era muito parecido com seu pai, tinha a pele extremamente clara e os cabelos negros da mesma cor de seus olhos. Era realmente bonito, mas isso não significava nada para mim, pois achava-o muito impulsivo e imaturo, talvez ter um pai tão importante tenha influenciado na sua personalidade. Comecei a pensar em Seth, será que ele achava que eu seria tão tola a ponto de cair em sua armadilha, porque era óbvio que era o que ele estava fazendo, pois ele sabia que mexia comigo e estava usando isso para tentar me destruir.
Me dirigir até o piano e comecei a tocar, isso sempre me tranqüilizava. Toquei por algum tempo, de repente ouvi a porta abrir com força o que me deixou em pé em posição de ataque. Ouvi uma voz gritar:
- O que vocês fizeram com eles, seus parasitas?!?!
Fui em direção a porta para ver o que estava acontecendo e deparei-me com Seth, seu irmão e um senhor que provavelmente era seu pai. Eles estavam totalmente descontrolados, principalmente o mais velho.
- Quem deu permissão de vocês entrarem aqui? – Eu perguntei.
- Responda o que meu pai perguntou sua parasita desprezível!- exclamou Nicholas levantando o dedo para mim.
- Como ousa falar desse modo comigo em minha casa? O que vocês estão falando?
-Você sabe muito bem! Dan e Erick estão mortos. – disse Seth furiosamente.
Não sabia o que dizer, então Nicholas avançou em mim e eu o empurrei fazendo cair no chão.
- Vocês foram covardes, três vampiros contra duas crianças. – falou o pai de Seth com raiva.
- E assim como vocês, também o seremos. – disse Nicholas de pé ao lado de Seth.
- Eu acho que está havendo um engano. – eu respondi sem entender.
- Chega de conversa. – e Nicholas mais uma vez me atacou. Eu segurei seu braço antes que ele me tocasse, e ele estremeceu com o meu toque e eu falei:
- Não faça nada que possa se arrepender. – ele puxou seu braço e disse:
- Nunca me arrependeria de matar um vampiro. – nesse momento sem que eu esperasse o pai de Seth me atacou pelas costas me jogando no chão. Levantei-me rapidamente, mas antes que eu pudesse me equilibrar Seth me segurou com força pelo pescoço e Nicholas disse:
- Muito bem Seth! – ele me empurrou até a parede e me suspendeu no ar, nesse momento meu pai e Peter irrompem à porta e Seth olha para o lado, aproveitando sua distração eu me transformei e chutei sua barriga fazendo-o cair e o imobilizei mostrando minhas presas.
- Então já descobriram? – disse meu pai com um ar de riso olhando para Peter que o encarava de forma divertida.
Enquanto eu segurava Seth, vi Nicholas atacar Peter com um soco, mas Peter segurou seu braço e o empurrou em direção a porta, e os dois saíram de dentro de casa. O pai de Seth avançou em Peter mas Demetri o conteve. Nessa hora Seth conseguiu se desvencilhar de meus braços e foi para fora e eu o segui. Quando eu sai vi que Nicholas sangrava e Seth correu para ajudá-lo, meu pai e o pai de Seth já lutavam ferozmente, e vi que tínhamos uma pequena vantagem por eles estarem na forma humana, então percebi que estava escurecendo, e de súbito lembrei que ainda era noite de lua cheia. Avancei em Nicholas pois ele estava prestes a atacar Peter por trás, e o empurrei derrubando-o mais uma vez, ele levantou e com um olhar diferente sorriu para mim e disse:
- Agora é a nossa vez! – quando eu olhei para o céu, entendi o que ele estava falando, o brilho da lua cheia já era intenso. Nicholas, Seth e seu pai se afastaram um pouco e deixaram que o luar os iluminasse. Nessa hora eu olhei para Seth, ele estava meio curvado e com uma expressão terrível de sofrimento, e subitamente sua pele começou a esticar, em alguns segundos ele já havia triplicado de tamanho e com um urro de dor sua pele se rompeu. Em seu lugar apareceram longos pêlos acobreados. Em pouco tempo a transformação estava completa e suas roupas jaziam rasgado no chão.
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